Mãe de 3, casada e com uma família feliz, sim, é totalmente possível ter uma família plenamente feliz, mas nem sempre eu acreditei nisto…

Minha infância não foi das melhores por vários factores, incluindo ter dormido com a minha mãe, ter vivenciado exemplo de insegurança, falta de limites entre outras coisas. E como podes prever, eu sofri! Eu sofri numa infância que tudo tinha para ser tão mais leve e bonita, mas não foi. 

Eu cresci e decidi procurar ajuda, e este processo de auto-cura, levou-me a trabalhar com famílias assim (são a maioria), elas não têm consciência muitas vezes daquilo que dizem ou fazem e da forma como isso afeta as próximas gerações dos seus filhos. As crianças sofrem, como eu sofri, quando não deveriam.

Assisti a mães que nem trabalhavam, mas estavam exaustas porque não dormiam e não descansavam o suficiente, tinham défice de paciência, sentiam-se culpadas porque gritavam e se descontrolavam.

Estar com os filhos era um tempo de muita exaustão. 

Queriam estar com eles e agradar-lhes (brincavam com eles a tempo inteiro, compravam muitas coisas e até guloseimas), mas não adiantava: eles não obedeciam e iam fazendo cada vez pior.

Foi aí que acreditei que ser família não era para mim e era mau demais para ser verdade. 

Vi o meu sonho de ser mãe arruinado com tudo o que assistia, até que as mães com quem trabalhava me pediam ajuda para resolver questões relacionadas com o sono, as birras, como fazer com que as crianças comessem ou se vestissem sem dramas.